31.12.08

Lisura.

Um conclusão breve e franca: demais é discernir entre essa coléra encrustada e aquele desejo incesável. Ou qual desses me tornaria um tanto saciado e vivaz. Aqui temos uma bifurcação quase contraditória - perceba. Quase - pois - se feito cólera grande e veraz - também há decerto uma sensação indubitável de dependência - bem mais acentuada do que a da paixão fervente. Dous loucos enamorados se tratam como cães ou gatos ou ratos. Dados a altivez tácita do desejo. Seguem harmônicos e passivos e tolerantes apesar dos fiascos que tenho tido com experiência única. Ventilo também que há aquele fracasso contínuo - deitado sobre a esteira do socorro. Frustação vária e simultânea. Queixume. Constipação. Arrebatamento. Desatino e mais desatino! Egotismo sentimental. Paranóia. Fracasso. Secura. Farsa. Farsa... Farsa! Desisto...






Sem mais.

30.12.08

Putrefacto

Desmaio de interrompimentos: quando quero me pronunciar - quando excreto horrores em grafia e quando não quero amar isso e - mesmo assim - quando quero chegar ao gozo. Desmaio se não mais se vê aquele tom escarlate crepitando às pernas duma pequena criatura pudica. Pêlos grisalhos. Olhinhos castanhos límpidos. De oito anos ou menos - quiçá. Sou essa criatura putrefacta que lês. Se não te agrada - espectador granfino - esvaias dantes que estejas furioso com esse pobre poetaço que atenta à notoriedade vivaz nos pequenos desvios da postura humana. Esvaias...

Sou interrompido e quero e não quero e penso e repenso - não importa mais... Quando não mais quero ouvir algo. Sou incontestável e indubitável. No mais - sou completamente impalpável. Descobri que papel anda em desuso. Por isso, sempre impalpável e virtualístico. Mas sei bem como acariciar uns seios aveludados e fazê-los sentir o que se sente quando se perde os sentidos todos. Sou indelicado - é claro. Sou um indelicado abnóxio. Que indelicado!

Quero me sentir saboroso. Quero beber-me e esquecer-me e voar dentre minhas limítrofes. Gosto do álcool embebido nas mais dolces donzelas de Janeiro - repito. Aquele biquini quente. Aquelas naldas lindas - É amor e não negues. Um escriba sem taras. Quem duvida? Um escriba sem escrúpulos. Quem duvida? Um obsessivo que manuseia outrem como se manuseia simples manequim. Não há dúvidas! (...)




27.12.08

Curtíssimo

Logo vi que não havia espaço: e ainda assim ali estava - numa sessão de marcapasso. Dilatando freneticamente. Seria só alguns poucos de uma moceta. Retirar-lhe seu anélito. Acariciar-lhe seus pés sedosos e lhe dar eterna segurança e compaixão. Ah! Deito-me sobre a esteira da impossibilidade. Séculos. Milênios. Jamais passará - disse o pássaro.

Trocista

Porra...


















Pura que pariu!

26.12.08

Sinto-me viciado

Faço revolução enquanto lavo louças. Releio à latrina ventanias dantes e depois do verão. Jorro e sopro aquela palavra repetitiva. Sou a causa - por alguns instantes - do cansaço de outrem. A mulher que atende. O homem que atende. O carteiro que cospe má educação em notícias. É? Engulo a palo seco o seu sorriso amoroso e - sem digerir ainda - roubo-te a cena da vida inteira!

Avante - jorro e sopro e releio. Que seria de um poetaço estirado à esteira do socorro? Anedotas frívolas. Saudosismo de um pretérito noviço que nem se completara. Um pombo entre-roendo quem outrora fosse sentir aquele perfume sem tara - um desconcerto. Eu não me suporto nunca. Eu não me vejo em nada. Eu não me movimento pra nada. Estirado. Nunca tivera cavado a si - tão excessivo e latente e vivaz. Que se espera? Que se vê?




Sintomática de uma Péssima noite.

25.12.08

Prosternado





A sua convulsão apaixonante
é o meu corpo sob vigilância do inferno
é a tempestade cinzenta do outono
é o desengano totalitário e que desengano!


A sua convulsão apaixonante
é o meu enterro alegre
é o deserto de paz
é o estopim de mim e que estopim!


A sua convulsão apaixonante
é a sede sempre expansiva
é o terrorismo das pombas
é o fracasso de deus!


A sede que sinto
e sinto em dizer
é a sua sede.

Altivez abnóxia

A minha consternação - salva outras trilhões - é vivaz em inconsistência ou - quem sabe - em variabilidade. Lembra-te? Aquele meu relógio perdera-se e há vários não volvo aos meus amplexos cálidos. Amanheci e sei comer farinha com ervas verdes. Sei fumar e é claro que trago - bem tragado... Sei beber mas não bailo. Ainda corro e saiba - pois - que não atletico. Eu amargo amarguras amargáveis e nem por isso sou modernista - quebranto. Uísque não tem preço nem apreço meu. Que me merece completo é a virtude alcoólica que há nas moças mais noviças e virgens e seus ardores eternizados por isso. O vento cospe o tempo o concerto musical o espetáculo. O passo que dou sempre é falso - olhe! ali tem outra cova.







Já não tenho
e ainda tento o tempo de amanhã -
quem será o morango da esquina?

...






A minha linguagem

Fala, cara.


A cara, ah!
Caretice...


Fala, cara -
Na Fernanda,
Na Surdina,
Na Paula.


Fala, cara.


Eu que não tenho muito,
e ainda tenho falado.


Fala, Marta!
João, Perivaldo,
Romário, Francisco.


Fala!


Independente,
Vasculhado.


Fala a língua que fala
a fala do cosmo. Sem mais!


Fala!

12.12.08

Finalidade?

Evaporar-se. Dizimar-se. Esvair-se. Se o apetite não eclodir à portaria dos ermos. Serei varrido na inconstância do traço variável dos desamados. Antes fosse a cópula em palavras e seria um poeta belíssimo - deves condizer. Pero o que se põe ao leito alguns poucos perto da sonolência é algo equivalente a séculos de morbidez. Nem cópula. Nem flores. Nem um gole sequer de harmonia altiva seria forte o bastante defronte a tal desventura. Já percebeste; sou abastado de incontestáveis sequelas amorosas - ah! mas não te percas, queridíssimo... - há algozes que se me referem como um abrupto transvio qualquer da virilidade pós-moderna ou ainda: isso jamais passara de desafetos triviais os quais eu - com alguns extravios noviços - os tenha acidentalmente manipulado. É a mais puríssima balela - crê! Logo criançola incluí que a alguns jamais se deve dar créditos valiosos. Mantenha-se passivo e vos direi mais moléstias vindas de tantos desencontros. O caso é raríssimo - saibas de antemão que nestes espaços é de maiúscula falta a perfídia dos escritores de banca. Não que os ateste de maneira mais egenhosa. Ao passo que ponho tudo aqui sem rumores: é notório que jamais aliene como eles - os autores rentáveis. Enfim... esses são infindos. Voltando à conclusão sábia: as flores que ontem lacinei tinham olores vastos. Ora me remetiam à discrepância da volúpia flamejante e passageira e ora me transcendiam à alegoria dos amores estéreis e vis. Vivas à sensação paródia da contradição! Vivas! Se me entranha o doer disso devo - pois - excretá-lo de imediato. Por isso e por aquilo também é que repiso sobre a alma do saudosismo moído. Que queres mais? Porventura que me encerre e cerre os sentidos estritos que dou às variantes emocionais dos meus espasmos diários.

10.12.08

Algum.

Esse viver volve infinitivamente e eu volvi a tardar paciente sem aqueles actos frívolos e amaríssimos e raivosos dos amantes envelhecidos. Sem saber - quiçá - se se doar sem a consternação das análises obtusas e reclusas - deverá ser a minha ou a sua. Não serei esporádico decerto. Posto que trafego per as sombras da vastidão humana e caço à taça viva sem conjectura alguma. Se há alguma trilha que me faça completíssimo - seja uma garça desvairada ou se não eu me aprumo na taradice dos pacatos cidadãos de Cegueiras e esses protestos se esvairão equivocados - inteiramente. Seguirei e me darei a um animalíssimo homem maltrapilho que me jogue e me largue sobre as gardênias as quais ele mesmo despedaçara e sentiria efetivamente os seus longos cabelos sobre as corolas e sépalas e pétalas. Apreciaria mais estações floridas. Olvidaria todas mazelas feminis vivas aqui. Volveria. Vês! Jovial demasiado e bem represento a consternação que se passa quando se tem a chama parca! Flacos e bastardos: quem sabe não sejamos dous brotos passivos no recanto dos tristonhos blocos e ainda assim - vasto amor - estaríamos extensos e lépidos em a contínua e tonta sina comum. Devemos caminhar sob sucessivas tempestades invernosas e verões algures. Devemos... sem o caráter sisudo do simplório. Devemos!

26.11.08

A dissipação cabal das vitrines ilusórias.

Quando se propõe rumos intrépidos é derradeiro sorrir sátiro - é tardio cantarolar amores vadios. Eu - outrora - desvio dos padrões céticos dos analistas sentimentais e rego-me defronte ao cansaço das semanas e não me satisfaço com o silêncio das sadias morenas de Francisco.

Desdenho - através desta retórica - séculos de ermos insolucionados e - por vias - apago a chama franzina que me resta. Dissera-me outra vez contraditória e oscilando à semelhança do engano. Há poucos acontecimentos que colocam um homem sob os alicerces da perfídia - Há aqui um exemplo crítico desse alto patamar e eu os tomo como o último gole da espera e prossigo sem harmônica alguma - que pesar...

Não há poética em um ser inane das frivolidades de um amor inesperado - ou ao menos de um reviver concubinato. Nem desventuras há que o faça só descontrole e perdição infinitiva. Já é praxe para todos que o teor explícito da cópula nos revela audaz cousas dantes implícitas. É parte basilar da sanidade psicossomática dos costumes animária. Eu me sentiria saturado se assim fosse com amparo.

Entendi ainda moço lampo que a ardência da vivalma localiza-se sempre em a intensidade de sentí-la vivaz. Quando se perde isso faz-se palpável e necessário - por sua vez - qualquer suicídio que seja - corporal e de sentimentalismo barato. Caiu-me que a morte é seguida e nem sempre mórbida...

Poesia nenhuma.

Não tenho estórias com mais de dez laudas que me classifique vivalma - O aspecto cru da minha naturalidade é algo simpatíssimo ao avesso de tudo: reviro-me aos zéfiros de um Lugarejo ou outro e isso é toda saliência daquilo que se perdura sobre as minhas facetas subjetivas.

Se me tento com alguma calma lhe alcançar os seios joviais logo sei - antemão - que dali não extraviarei cousa alguma. Isso me surgiu demais expansivo e lhe sigo tais premissas em outras quaisquer situações inébrias. É bem notório que o meu fracasso tende a ser o irmão dos meus dias longuíssimos - abastados pelo sobejo que me ofereceram depois de anos e mais... a crueldade dos ensinamentos humanóides.

Sigo sem mesmo discrepar de vários motivos que a altivez comporta - Rumo à tensão vivífica do cotidiano! Ali vem a frivolidade e a consternação - o tédio incansável - a lacuna de se dar demasiado. Seja assim - pois - que se oscila dias e noite entre luares e sóis. Sobre uma dúvida simplória a modéstia e por isso lhe enfio alguma inverossimilhança. Tudo se faz como um inglorioso final - inconsumado... - como a tristeza déspota que me vem esclarecendo à séculos de sobrevida.

Se me pergunta onde está a poesia? Eu não sei - quiçá ela tenha furtado o meu gosto ao apelo poético ou não - se é posto que sublimo a minha sina etérea do desengano.

Não se faça de olvidado - vasto ledor - isso se deve apenas a uma brevíssima e insignificante apresentação de um poetaço afastado da poesia: quem vê ao último atestado... Relê e tira conclusões.