3.2.09

No dia em que volvi e não estive lá - vestia de mancebo - e me tornei numa anedota raquítica. Bastava averiguar pouco aquela aparência desusada: um pogonóforo sem o mínimo ânimo. Seria um garção a desfilar por entre a humilde residência do Fundo. O sapato fétido de ontem causou um seríssimo esporro - o que lhe merece senão o seu preço? O desflorar dos Morais. Um derrame de pretextos enganosos em minha roquidez fumista:


- Que houve? tatu do escuro não causa espanto.


Quem é que tem um cigarro? Eim? O maratonista canceroso. O poetaço emporcalhado. O santíssimo crime tem. O meu fogaréu - senhor - não acende uma faisca de esperança.



Meretriz.

Vê! Que homem cáustico e efusivo diante daquele rubor que se penetra à fruidez do espírito: - Jamais se atraiçoe - moceta meretriz - que teus ósculos gratuitos me são o regalo da libertinagem.

O capeta em teus seios tênues lança-se à luminária da capela da cafetinagem e nota que há ali além à sobrevivência rapariga de um garção atrevido à sexualidade estonteante. Nem te tornes uma alta parva altiva na sobreposição dos álcoois de Janeiro - moceta abatida na meninice!

Quero-te no antro de teu extravagante sabor virginalíssimo. Naquele apatetado papel de louquíssima em outrora - que devaneio tresloucado! Entretanto, tu nem me desvias porque aí não há senão a sensação brinquedo do teus seios fartos, que são - inclusive - verdadeiros pousios numa alvura eterna. Criatura cinética à altura infinda das nuvens; tu não me arde - pastoreira cosmopolita - mesmo em tua profundíssima longitude e que tu saibas sim - mister heroína de Veneza - sobre minha dulce alusão perpétua à tua obliquidade copular e que não me olvido de tua faceta irriquieta dada à minha discrepância juvenil.

Ah - ternura vestida de gaivota-candura! Que te exalava nessas frágeis asas de amante: uma cativa efervescência de embaraço feminino? Mantiveste-me - caríssima serva infeliz - demais entretido em tuas arquitetadas nalgas e nada além e nada além. Sou um cão em essência e ternura; pisoteando a amargura duns dias de outrora e a consumir silvícola àquela tesura dançante que havia ontem em teu largo espírito de concubinato - só ontem - sem mais.

Delineio-te aqui - ó, grandíssima doçura da noite! - porquê tu ainda sabes que todavia te mimoseio com a formosa alma castigada de meus ósculos famintos e ainda que seja bem tardio: sou a tua alíquota pervertida de devaneio ardente e o sobrevivente embriagado de tua prisão erótica.