18.9.09

Anos atrás.

Um castelo, uma bomba, uma disritmia,
Palhaços montados de cavalaria realeza,
Antes que o preço do pão nos anoiteça,
e não cobrem pela vida de sua profecia

De empregado ou de subordinado, é claro!
Ainda quem nos caça é um diabo danado
Detrás das trouxas de vantagem urbana,
Declarando: ah, não tenho culpa, fama!

Barbudo, míope, mais um barão passageiro,
Com meio punhado de vésperas como herdeiro,
Um antílope tarado por tonéis grandes de ouro,
Que se fosse outro, não bastaria a dor, a morte,

Que lhe retirassem os rins, mas não lhe metessem
da sua fábrica de quimeras, numa cabana de influência,
Um terno tecido na altura dos ombros; você tem ciência?
Ou paciência, pois, meu alto-falante é pouco medido

E na graça do verso quebra com inconstância rumos,
O que me reboca é que são os porquinhos, os diabinhos,
Que ainda se coçam pra esse tipo de gente sem ventilação, (eu!)
Sem politicidade, de nova falha, de sangue vira-lata!

Simples.

Os seus olhos são olhos, olhos negros,
Seus beiços são de beijos épicos,
Que são táteis, e não deixam de raridade,
A sua presença é um idílio, navegamos em marte!

Junto com tanto alvoroço minha trilha
Com a abertura da sua gargalhada, sim, está tudo bem,
Enquanto o mundo grita ai, ai, que grande e má ilha,
Eu retomo, encontrei minha primeira carmim, vem!

Vem nos meus dias aptos à primavera varandada,
Que de tarde serei seu e quando anoitecer seu vapor!
Surgir tão unicamente você e, sempre, para mais nada,
Que tenho meu presente contínuo e motivado, e que amor!

17.9.09

Acompanha-me!


Não são de nalgas os meus dias,
nem de ouro é minha ida pelo mundo,
não são cachimbos minhas armas,
muito menos retórica anti-guerra!

Sobrevôo de uma cívica fantástica, vantagem,
e não é tempo de revolução, que quem disse
Fora uma doutora, um coveiro, um colunista,
Um poeta, oscilando entre a vida e a morte alegro!

Que se invertêssemos o sentido das premissas:
morrendo bem vivo, vivendo bem morto, zeus!
Que tenhamos, ao menos, alguém de abertura,
De braços escancarados na tristeza e na felicidade.

14.9.09

É tudo política.

Quem é meu brasivo detento,
Que grita, murmura e quer água,
Ou quer desaguar numa fortaleza,
Numa tendência primária e aventura?

Quem é meu orgulho, castigado,
Meu dedo magoado, meu peito destruido?
Minha encarnação mau vivida, minha loucura,
Minha loucura que anda como uma moça,

Minha volúpia que saltita aflorada,
Meu desejo aritmético de acertar amor,
Ao menos numa única e cativa chance,
Meu péssimo senso de humor ou criatividade?

Se eu fosse um vaso rasgando zabumba,
Um açoite da noite pra cima do dia, um cachorro,
Um herói não nacionalista, um anarquista, quem dera,
Se eu fosse o presidente de minha política interna!

13.9.09

Estado.

Por fraqueza ou franqueza demais,
me perderei em seu brando abraço,
esquecerei as donas de minha língua,
me esquecerei de tudo mais,

Dos mergulhos em suor, suor,
banho de amor que nos demos!
Serei ou tarado, beato, sem você,
que me dê motivos muitos pra ficar!

Eu não tenho suporte ou o que fabricar,
meu desejo é curto não pela duração,
curto de grosseria e político de aceitação,
sem tolice não tenho passe Livre pro céu, não!

Adeus, perdão!

Tudo bem, dê-me licença, quero passar
De antigas lições para aceticismo, descrença.
Quero descer do palco, do ventre da puta mãe,
Comer carne de soja no elevador assassino,
Amar um judeu, pagar contas, falar demais,
Agredir àquele guarda-esquina falsário,
Modificar todos os códigos e sinais,
Queimar minhas evidências:
Partindo sem volta.

O que manda e desmanda.

Sim, e não há nada mais são que morrer amando,
Caçando o que dizer por entre a verdade que agrada,
Digamos que o público, é! recém eleito, feito de bobo,
Sinta que ama um terço, um milésimo, um universo
De minha galáxia louca de cínicos amantes, repito!

Multiplico-me em centenas de ardentes contradições,
Ponho-me à fogueira, bicha e bicho, sensibilíssimo perdão,
Sou um troço gritando em silêncio e sou todo, todo alma e tesão,
Sem perto ninguém, possibilito tudo que não existe, existe não:
Um vôo que nunca saiu, um desabafo guardado, pão seco, vida seca

Sem você.