8.5.11

querem me meter burocracia, 
crachá, sapatos, dinheiro, armário,
mas esqueceram das minhas de couro
e os quilos de sombra que me animam.


nenhum couve, nenhuma flor, os céus
que me trouxessem da insônia um pássaro tenro, 
para ser meu rebelde, outrora meu calmeiro,
que me carregasse para a bem longe-atmosfera. 


mas antes de ir, me faça ter paisagens áereas
até o ângulo em que verei a olho nu quanto sou pequeno.
Eu não pensaria, afora de me desprender de suas garras, 
cair, sondar, e viver nas colônias da saudade.