27.12.08

Curtíssimo

Logo vi que não havia espaço: e ainda assim ali estava - numa sessão de marcapasso. Dilatando freneticamente. Seria só alguns poucos de uma moceta. Retirar-lhe seu anélito. Acariciar-lhe seus pés sedosos e lhe dar eterna segurança e compaixão. Ah! Deito-me sobre a esteira da impossibilidade. Séculos. Milênios. Jamais passará - disse o pássaro.

Trocista

Porra...


















Pura que pariu!

26.12.08

Sinto-me viciado

Faço revolução enquanto lavo louças. Releio à latrina ventanias dantes e depois do verão. Jorro e sopro aquela palavra repetitiva. Sou a causa - por alguns instantes - do cansaço de outrem. A mulher que atende. O homem que atende. O carteiro que cospe má educação em notícias. É? Engulo a palo seco o seu sorriso amoroso e - sem digerir ainda - roubo-te a cena da vida inteira!

Avante - jorro e sopro e releio. Que seria de um poetaço estirado à esteira do socorro? Anedotas frívolas. Saudosismo de um pretérito noviço que nem se completara. Um pombo entre-roendo quem outrora fosse sentir aquele perfume sem tara - um desconcerto. Eu não me suporto nunca. Eu não me vejo em nada. Eu não me movimento pra nada. Estirado. Nunca tivera cavado a si - tão excessivo e latente e vivaz. Que se espera? Que se vê?




Sintomática de uma Péssima noite.

25.12.08

Prosternado





A sua convulsão apaixonante
é o meu corpo sob vigilância do inferno
é a tempestade cinzenta do outono
é o desengano totalitário e que desengano!


A sua convulsão apaixonante
é o meu enterro alegre
é o deserto de paz
é o estopim de mim e que estopim!


A sua convulsão apaixonante
é a sede sempre expansiva
é o terrorismo das pombas
é o fracasso de deus!


A sede que sinto
e sinto em dizer
é a sua sede.

Altivez abnóxia

A minha consternação - salva outras trilhões - é vivaz em inconsistência ou - quem sabe - em variabilidade. Lembra-te? Aquele meu relógio perdera-se e há vários não volvo aos meus amplexos cálidos. Amanheci e sei comer farinha com ervas verdes. Sei fumar e é claro que trago - bem tragado... Sei beber mas não bailo. Ainda corro e saiba - pois - que não atletico. Eu amargo amarguras amargáveis e nem por isso sou modernista - quebranto. Uísque não tem preço nem apreço meu. Que me merece completo é a virtude alcoólica que há nas moças mais noviças e virgens e seus ardores eternizados por isso. O vento cospe o tempo o concerto musical o espetáculo. O passo que dou sempre é falso - olhe! ali tem outra cova.







Já não tenho
e ainda tento o tempo de amanhã -
quem será o morango da esquina?

...






A minha linguagem

Fala, cara.


A cara, ah!
Caretice...


Fala, cara -
Na Fernanda,
Na Surdina,
Na Paula.


Fala, cara.


Eu que não tenho muito,
e ainda tenho falado.


Fala, Marta!
João, Perivaldo,
Romário, Francisco.


Fala!


Independente,
Vasculhado.


Fala a língua que fala
a fala do cosmo. Sem mais!


Fala!