11.4.10

O cinema é língua.

   O cinema, sua linguagem característica e a congregação das mais diversas ações artísticas depois dos primeiros anos dessa arte major, é significamente heróico em termos culturais e sociais no mundo das expressões. Em outra análise a linguagem cinematográfica perpetua uma universalidade jamais vista pela modernidade. Principalmente décadas após a segunda guerra e o neocolonialismo europeu, abriu-se uma lacuna na maneira de ver a imagem e interpretá-la abertamente e, sem subverter a primeira ideia, cronologicamente. Ordenado porque rapidamente a tarefa do montador ganhou ânimos através das principais intervenções humanas na câmera e na sua maneira de ilustrar os objetivos da película. O cinema criou a ilustre plateia quando partiu do hábito homem demais de notar somente as grandes medidas e atingiu a efervescência dos detalhes mais tênues. Abarcou o planeta à medida que agregou a periferia de todas as suas sociedades.

   Soube lidar com outras linguagens por que com suas descobertas no campo técnico deu espaço ao áudio nos anos iniciais da televisão e a cor em meados dos trinta. Usou, portanto, com maestria as vertentes da música, as artes plásticas gritantes, a literatura  e com mais profundidade que no seu início o teatro de ator. Aos poucos, não haveria sequer parte das expressões artísticas que não fossem tocadas pelo cinema. Com isso não faltaram ares de recriação para os diretores incessantes dessa arte crescente. Surgiu um campo de mestres geniais e a massa foi-se formando paulatinamente, criando sua própria atmosfera. As nações do velho mundo e os estados unidos davam peculiaridades às suas produções. Formou-se, pois, as vanguardas: de Griffith e expressionismo alemão até o movimento neo-realista italiano. No antro das temáticas e de inovações dessa língua a liberdade achou seu espaço definitivo. O século avança maquinamente. De Thomas Edison nasceram as indústrias cinematográficas e isso repercutiu bem e nem tão bem assim para a corrente dessa evolução em ritmo acelerado. É claro que a censura tentou agredir essa expressão quase anárquica. Mas essas produtoras abriram as portas para grandes investimentos e, positivamente, nasceram os grandes filmes com cenários complexos e riquíssimos. Como em toda época, crescia também os impulsos da contra-cultura ou do contra-ponto - diminuindo as classificações históricas - que destruíam tudo e buscavam a libertinagem criativa de quando a tecnologia não movia tanta terra, como é o caso do Dogma 95 e suas realizações aparentemente alternativas: câmera solta, cortes abruptos e temáticas cruas e realistas. Poucas obras, mas objetivamente impactante.

   São dezenas de incursões vindas de todos os lugares. O mundo inteiro adentrou-se na arte do cinema. Índia, Irã, Paquistão, Japão, China e África do Sul, além dos países do segundo mundo na América Latina, a Europa Oriental e as promissoras potências da Oceania. Sem outras convenções o grande partido é a universalidade que coube tanto em empregar no seu campo semântico outras palavras, como dar subsídios notórios através da sua narrativa para a leitura íntegra de qualquer público. Uniu além as faculdades cerebrais num miasma motivado. O cinema não é moda e nem passagem. Revolução todo dia. Inovação sempre. Sapiente. Sempiterno.