14.2.09

Complemento.

Eu não amo com gosto algum.
Meu coração é de plástico,
Meu espírito de crânio.

13.2.09

Uma significativa praça em jardins.

Quão belas são as ninfetas que fumam e osculam à beira da praça - disse. Se eu lhes externasse todo meu ofício vagabundo de garção-malícia, traria-me uma baía de alento à fraude de minha vivência ociosa. Mas sou bestialidade! Sou um rio transbordando de afetos emporcalhados e grudentos: Quem me dera ser o tal humano passível de amores viciosos - sou flâmula! Serei enternamente flâmula em fiascos desbotados. Um tênue fracasso. Com uma naturalidade angelical - argumentou que sim e tinha algo em retórica: pouco tardasse - eu seria tendência do desperdício poético e o desastre desse outono Ou um viúvo turbeculoso e concoroso e sobretudo saudoso em qualquer obscenidade. Um fim retrógrado e paulatinado. Quiçá haveria algum sabor catastrófico em isso. O meu retrato caústico - sim! - seria um magnífico motivo de algazarra por toda a Olímpia menos por ausência imediata de aplausos. Menos por ausência qualquer que me levasse à falta de filantropismo comigo! Menos isso e aquilo lá! Um fracasso inédito no púrpuro incêndio da face telúrica. Um término sem fim marcado...

10.2.09

Maria.

..Seus lábios são um cardo - Maria.

..Aquele telefone vermelho não tocará mais. O seu lençol sempre lhe cobrirá a nalga. Doravante - Maria - o nosso ninho será só sem a minha rabugice cansativa. Mas não me sinta desgosto algum se eu lhe partir sem inteiros. Direi até nunca - alegoria romântica. Serei basicamente continuidade.

..Não - Maria - não. Eu não lhe tenho braços que fervem demais. Meus amplexos faleceram à penumbra do seu perfume ácido. O seu nome é um Mário em meu saudosismo entediado. Não é Lira nem Viola nem Poesia - é um trato maldito. Acabou o meu terror de lhe ser um verso reciclado e só. Acabou sim e que felicidade! Acabamos repartidos sobre a brasa da omissão.

..A sobrevivência nos arrebatou a uma fanfarronice da varanda de amores. O meu mundo também desabou - Maria. Desatou aquele nó entre dous pombos de candura. Morreu. Morreu - Maria. Findou-se aquela embriaguez sertânica de nossas vistas embaraçadas.


Que nos suicidemos tristonhos em loucura vazia e em ode à paixão.





Adeus - Mário - adeus! (...)