7.8.09

Acusação.

Bom Emanoéu, triste de mim
que desabou entre as torres da Bagaça
e que não tenho muito a declarar, Serafim,
ultimamente, dado pra rima e pra farsa,

Coisas fáceis pra decorar poemas meus,
ou que às escuras aclame a popularidade,
o meu terço boeing não era ermo no céu,
era a quarta parte da transa, ai maldade,

ai meu terror único, meu sabor indileto
da transa que não atingimos no primeiro
e único segundo, insucesso, meu inseto
pontiagudo esguicha meu insignificante,
meu terreiro, em que tempo nasceu e sofreu!

6.8.09

Isso não (?) é poesia.

De aqui pra ali desmedirei cada unidade de minha palavra.
A gente também adora a coreofrasia no moderno, no moderno
Tudo tem a sua significativa oca, no moderno
é simplório como uma nuvem.













Não é?

3.8.09

Horta.

Quarenta e oito rotações no cofre da madrinha que pariu,
São bailarinas entorpecidas, planetárias, frenéticas,
Que mastigam carinhosamente a farda de seus beiços,

Fruem na tentativa escatológica de viver, viver e viver
De todos amores fartos e assassinos de um dia, ai!
Que imitam o céu e a tempestade inesperada, choveu
Na antiga companhia dos bons homens, tudo alagado...

Murmuraria puto com a dinâmica curta de nosso encontro,
Pois, meu bem, meus dedos partiram toda necessidade
De escavar olimpíadas poéticas, até loucuras bárbaras,
Dar frente à estética setentista, variaríamos a nossa sina,
Em pleno ano que termina tudo... foi continuidade segura.

Encarne em mim como se fosse encarnação pornográfica,
Por favor, caia grávida e matada de outrem que nos aflita,
Serei de nosso magnífico acidente urbano - não suma não!