16.8.11

me tenha, sou trigo

ai de saudade que foge e vive,
na agonia tripla de um recado mau dado,
de um desejo constipado de tanto amar.

seguindo a rota de um sorriso gasto
a correr e gritar por sua rota além-mar,
me castigo na palma de seu bem visto telúrico.

eu dizia tanto eita, meu deus, socorra-me!
que eu não posso com essa carga de mais paixão,
baiano, amando a sua falta tão pouco gasta.

armando pro mês que bem
porque o bem tem tempo que não me tem
na procura osculante de seu vasto seio

- costa íntima da tropicália. no jambo antipolítico.
do ácido gostoso em beiços de uva e vulva ardente...
me cega, me quer com a alma debruçada sobre nosso beijo.

não é vaidade, mas eu me congelo consigo
em tempos que não percorríamos a cidade, não,
mas deitados subíamos a torre de nossa falta de juízo.