19.6.09

Se eu me torno moribundo.

Se eu me torno moribundo, será que eu fico
ainda com todos adornos clássicos desse viver?
Se me enterro na eternidade de um Labirinto,
Será que a metafísica, pomposa, me segura?

Se eu trouxesse com meus atos um grande tecer,
que se tecesse poesia em extraordinária rima,
onde, se eu quisesse planar... ó, sonho de volver,
serpente de meu lar, mas que vontade de embarcar

Em meu assistente e fraterno coração, minha menina,
ouvir em milhares das órbtias curtas da paixão, na praça
e na face e no beijo quente de se dar há um mês, enfim,
quando nos dizíamos com oito metros de frases, enrolados,

Que se ainda não fosse tarde demais, realmente iríamos,
dous frutos etéreos em tempo de discórdia, a última tentativa,
quando coubesse ir, se tivéssemos uma idéia e por onde seguir,
e não havia, embora ríssemos de toda a gritaria do universo...

15.6.09

Desconhecidos.

Em minha sertanidade de idas feridas,
És tu de franquíssimas derrotas - meu pai,
Feito bicho-homem-ébrio, militar, carrasco,
Quando partirdes em bom tempo, tuas filhas.

E saboreias quaisquer métricas da poética
E de toda mariscada bebida que embebedas,
Pero não tens a métrica das noites modernas

E esqueceste da libertíssima poética, meu tio, meu filho,
É que não há embriaguez na taça do poeta, simplesmente,
Há na amplitude anfiíssima dada ao miocárdio pensante.

14.6.09

Saudade enlouquece.

Quero ficar a noite inteira em teu coração,
Quero ir - acrisolado - em teu doce, menina,
Em tuas cartas inimigas capturando, quero não,
Arrastado pela pátria inteira, trinchar o mundo.

Quem é que me arrochou o peito de saudade,
Depois de feito mesmo a chama nata e franzina?
Ora, ora, dado que desfrutaram de meu ardente,
É de uma pacífica tarde nocturna, um alegro etílico.

Os meus lábios tocam aquela longitude inesperada,
Jamais foste como novamente foram outras e outras,
Longe, tu não és ciclismo consternado, terráquea sim,
Embora, em poética aflorada, tua anáfora é magnífica
na especificidade astronauta, um acidente aperiódico.