2.10.09

Do aspecto em que me sinto.

Sou um substituto da latitude sul do meu coração,
sou um latido às cegas pelo amor antigo de amanhã,
uma espécime de operário do ninho, paraíso particular,
uma setença obrigatória de liberdade literata, um perigo.

Quisera eu voar como um rolinha e puxar a lágrima,
a mais tênue passagem de um céu plúmbeo, da raça das nuvens
que fatia parte de São Paulo pelo meio, queimando no calor que faz,
que fogo humano, que loucura, que paixão de entardecer laçado!

A risca de minha jovialidade é a perfeição que não existe em mim,
os traços tenebrosos da minha face, enfim, não enganada tristeza,
é um contento arbóreo, cheio de frutos, vindouro, vitorioso
de puríssima e não indagável sorte, de uma fé nessa aura grande,

nesse festim que agarro dentro e que no ponto, hei de afagá-lo,
grande estopim amoroso do milênio, este grande manifesto sinestésico
em minha substância viciosa, conspiração dos astros psicossomáticos
na tentativa, algures, de me colocar mais bês dentro do peito.

30.9.09

Árvore.

Vem e me reforça ao contrário do abandono,
espelhe-se nos casais sem despedida, eternos,
Que quem quer mais aqui, tem seu controlo
jogado nas aves de um romance anti-heróico.

Vem e ainda diga todo dia que me ama pronta,
como viajantes intergaláticos, bons navagantes,
que a amplitude é um bom início para os dois,

nesse mar o desconhecido restou para nos animar,
que nele a tempestade é um úmido acontecimento,
de uma volúpia altiva e balançante, dance comigo
e creia nessa loucura que nos propomos sempre.

29.9.09

O amor puramente amar.

não tinha nada mais escuro às vésperas
de um domingo alvo, avultado de alumiação,
terror de madrugada, espancamento.

não havia algo mais gozoso, que as núpcias
da falência múltipla do meu amor,
do deserto que é meu coração!

você que se julga tão vivida,
é um mar de assombros quando me ama,
é um decaimento geral do universo!