2.10.09

Do aspecto em que me sinto.

Sou um substituto da latitude sul do meu coração,
sou um latido às cegas pelo amor antigo de amanhã,
uma espécime de operário do ninho, paraíso particular,
uma setença obrigatória de liberdade literata, um perigo.

Quisera eu voar como um rolinha e puxar a lágrima,
a mais tênue passagem de um céu plúmbeo, da raça das nuvens
que fatia parte de São Paulo pelo meio, queimando no calor que faz,
que fogo humano, que loucura, que paixão de entardecer laçado!

A risca de minha jovialidade é a perfeição que não existe em mim,
os traços tenebrosos da minha face, enfim, não enganada tristeza,
é um contento arbóreo, cheio de frutos, vindouro, vitorioso
de puríssima e não indagável sorte, de uma fé nessa aura grande,

nesse festim que agarro dentro e que no ponto, hei de afagá-lo,
grande estopim amoroso do milênio, este grande manifesto sinestésico
em minha substância viciosa, conspiração dos astros psicossomáticos
na tentativa, algures, de me colocar mais bês dentro do peito.

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