25.12.09

Ghé.

pode ser que ame ou não,
juro, por ninguém, nem vive nada,
sanduíche perfídia, puta merda nenhuma,
seja espírita de amor de fulgor, tanto faz.

o navio parte sozinho e embarca morto,
porque é a única decisão, ninguém é de morrer
por isso, nem falar por isso, dignidade é poder,
mas, na verdade, foda-se mesmo, na sordícia
da minha alma, tudo morre, tudo morre, tudo.

sem sentido, nem pra mim, nem pra você,
outrora pra mim apara você...
café esfria também, maçã... ah!
nem se fala! eu amo você e odeio.



Domingo, 25 de Outubro.

24.12.09

Cád.

quem pratica amor desordenado,
tal como uma flauta desarmônica,
encanta, sem cantar, multidões,
alegra, sem alegrar, bosques.


Domingo, 25 de Outubro de 2009.

Ptás.

Se se cai aurora, armando vem vestido
com jorge e ptolomeu, vem de presidente
da nação sem sentido, sem vestido...
é assim que nu gosta e toda essa gente,
toda essa gente pede Bis quando vive.



Domingo, 25 de Outubro.

23.12.09

Rota.

a vida inteira parece muito,
ah, uma rota de cem seculares invernos,
de ousadia cabaret dentro do escritório,
de amar, de enloquecer, de frutificar
e se der casamento, meus pêsames.



Sábado, 24 de Outubro de 2009.

22.12.09

Aká.

bandeja de inimigo é a melhor pedida, ih, não tenha dúvida!
prato límpido, colosso, da magnititude heróica do mendigo,
não tenho dúvida, comida boa é mesmo a que não existe.



Sábado, 24 de Outubro de 2009.

21.12.09

Trs.

agora partida é que toma conta de mim,

é tristeza, ai que tristeza, que toma de mim
agora, meu bem, minha lágrima cristalina,
meu deus humano ergueu-se: aonde?
aonde, aonde, aonde, volvendo mãe.

Quó.

quem canta surdo num enterro prematuro
não tem a sordícia gritante de um coração inferno,
que jubila de doer rindo de tudo de bom,
se é que isso é aplaudido por quem entende.

chora burro porque burro é, deus é mais, grita!
e menos que quase nada quase: novidade!
no plenário, todavia, não vai nada bem, sabemos

que bom acabado e pão petisco para a palhaçada,
ninguém come ninguém, janta não satisfeita,
e a menina triste: puta merda, porra nenhuma.


Sábado, 24 de Outubro de 2009.

Tosç.

maçã no recife de um mar morrendo,
como aquele homem aguçando o peito da morte,
marcando que Jaz na alegoria do bem quisto,
na zona aurora da própria sobrevida, encarnar
e encarando bem, sim,
foi a morte e a não importância de porquê.

na pública partilham o pneu tirelli
e a gasolina cem petrobras, e ninguém, exatamente nenhum
misantropo, vagando aqui e ali, encharcado de que nunca teve,
se importa com inchaço que na barriga nauseia progetina.

e traz nas rupturas em que nos descuidamos, com intenção
ou não, ininterruptos, tesudos - todo terráqueo o é, estrada, vitória,
pastos surdos e insentos das cinzas de um cigarro.



Sábado, 24 de Outubro de 2009.