30.12.08

Putrefacto

Desmaio de interrompimentos: quando quero me pronunciar - quando excreto horrores em grafia e quando não quero amar isso e - mesmo assim - quando quero chegar ao gozo. Desmaio se não mais se vê aquele tom escarlate crepitando às pernas duma pequena criatura pudica. Pêlos grisalhos. Olhinhos castanhos límpidos. De oito anos ou menos - quiçá. Sou essa criatura putrefacta que lês. Se não te agrada - espectador granfino - esvaias dantes que estejas furioso com esse pobre poetaço que atenta à notoriedade vivaz nos pequenos desvios da postura humana. Esvaias...

Sou interrompido e quero e não quero e penso e repenso - não importa mais... Quando não mais quero ouvir algo. Sou incontestável e indubitável. No mais - sou completamente impalpável. Descobri que papel anda em desuso. Por isso, sempre impalpável e virtualístico. Mas sei bem como acariciar uns seios aveludados e fazê-los sentir o que se sente quando se perde os sentidos todos. Sou indelicado - é claro. Sou um indelicado abnóxio. Que indelicado!

Quero me sentir saboroso. Quero beber-me e esquecer-me e voar dentre minhas limítrofes. Gosto do álcool embebido nas mais dolces donzelas de Janeiro - repito. Aquele biquini quente. Aquelas naldas lindas - É amor e não negues. Um escriba sem taras. Quem duvida? Um escriba sem escrúpulos. Quem duvida? Um obsessivo que manuseia outrem como se manuseia simples manequim. Não há dúvidas! (...)




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