23.11.10

Vem

amor dará, desde que que não se cobre
por um peso inconquistado da matéria,
sob a arma maléfica de transar alegórico,
desde que não sacrifique a poligamia,
aquela instântanea de se ser outrem.

nem que desfibrile este tecido de desejo oculto,
ou recorra à justiça do coração manso,
ou cuspa no imenso lago que se fomenta de tristeza,
porque quero e não te quero aguçada por mim,
na ordem em que eu mesmo nomeio contraponto.

quero que tu me afagues agudamente,
com a sua agressividade num laço bravo,
num ato de me esmagar na semântica, quero que entres
e te retires de tua ética, quero continuar quente
aquecido por minha etéreas companheiras.

e aponta meu custo por onde quer que aponte,
não quero me logre minha grécia interna,
ou mesmo me deixes de amor com teus beijos,
com tua fava ao se desmanchar em pétalas.

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