É tecer mais uma lupa
que me preocupa no saco -
se entra na sua sala de entrares
peço que fique e durma
eu quero ter uma ilha com você,
por isso não às portas, não!
Quero que São Paulo more
e morra em nossos lares de jasmim.
Vivamos naquele sempiterno café,
no meio de uma tarde e uns cigarros da vontade,
pra não parar nunca de pensar
que maré só na bahia porque a minha cara alagou
nas alagoas de seus lábios brabos
e você é a baianada ou o nego bom
que mata a guerra a fome a cegueira
e quem dera desafogá-la na dodecafonia
ida visitada em volta de meu coração -
quando bebi na casa de meu sogro:
cada talher em seus devidos lugares.
Aquele gordo barbudo cantante
e coxa e louro e papagaio e carteiro -
é... meu sogro não presta mesmo:
meu sogro me acusa na ceia natalina,
meu pai me liga dia e noite e eu não atendo.
Mas nego ser o tal criminoso
atrasando o progresso e o crepúsculo da nação
e não entendo porque ainda sou tanto minha mãe,
minha mãe e seus castigos freudianos.
Sei de minha futura e sem lei bem gerada geração:
meus ingratos pela super-bossa-nova e bazin e coca-cola
e pelo cinema do inconveniente cheio de erotismos.
Entre ventres e países asiáticos,
há Doutores e Dramaturgos e Fotógrafos
que acabam com minha cinédia.
Quem me dará algum socorro, socorro
e algum sucesso? aguardo e aguardo
- é necessário praticar o desapego
e enquanto isso,
isso como todos os dias.
O que penso o que penteio
o que presenteio
meio a meio.
Meu sogro não presta mesmo!
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