21.3.10

Fruto.

A sua importância passa a minha,
que não bebe do cálice do humor da vida
e seca na pastagem de áureo cultivo,
morre na garagem do óvulo materno

e sobra nos tantos vinhos da casa,
sedia a copa dos descontentados e tristes,
dos armários alegrados pela nova louça,
o sangue bebido pelos macroscópicos carrapatos,

minha importância bebe nos seus pés
a dignidade de quem nada tem,
ultrapassa os babélicos fortes de deus,
no canto do viúvo teórico, macarrão sem molho,

teoria sem contexto besta, ouvido límpido,
uva sem semente, castigo sem choro,
meu caminho anda sem passo
no passo em que passo
mais um dia aqui.

Um comentário:

Glaycianny disse...

Vai achar os passos por aí, vai sim, Pauli!
;*