31.3.09

Quem não precisa de ansiolítico? [ ou é maluco ou morreu. ]

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Só vivo aos contentes e eróticos
às vadiagens de meus carnavais,
certo que sou do rumo sem rumo,
se há muro, sigo fundo, engolindo.
Que trago tudo porque morrendo
e se morro é assim meu consumado
buquê de brancas corolas, noturnas.
Sou tarado, um encarnado sem sono,
mas ainda não sobrepus a linguística,
e, todavia, continua o gosto pelo cônego,
fumista, dado ao cálice, de messiânico,
transbordando sua fé, aguerrido, tolo,
em outras noviças carentes - ou clítoris -
sempre muito distante da folia magma
de meus dias vis, de meus pacientes,
perdidos em outroras seculares, enfim;
regando a terra do frívolo diário, poemado,
no mais escalarte pomar da leitura paralítica,
atropelada, feita por uns e outros egos,
posto que ninguém é menos múltiplo,
no encontro há poesia sobretudo, mais,
ainda tudo o que não é flores ou perfume;
a falta de meninice suicida na passagem,
a falta de passagem pela meninice escândalo,
a falta de escândalo por mais venturas vadias
e maquilagem nos cílios de deus, de seus pais,
de seus homens prediletos, do militarismo
ou da religiosidade nua e órgica que engulo
aos poucos e não quero mastigá-los cobarde.
O meu segmento dinvindade são as nalgas
de uma margarida danada e dada aos bobos.
O meu uísque é a nossa nacionalidade sorrindo
na cultura desse gozo simultâneo à francesa,
por simples mania de inferioridade assumida,
ou somente porque tenho gosto negativista
e porque o negativo é popularmente esperança,
na ditadura muda dos trôpegos fantoches daqui.

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