24.2.09

Mais um degrau.

Ali está a caça em que supomos quase caçada.
Ali está a vitória em que supomos quase vencida.
Ali está tudo que supomos quase casa e roupa lavada.
Ali está o vício em que supomos a nossa varanda.
Ali está tudo que suponho, sem medo, é todo meu.
Ali está o cigarro que supomos quase apagado.
Ali está a vantagem que supomos inteiro prejuízo.

Há - é certo - a minha gentil caça sem seu caçador:
e ali tudo se pensa como vive um coração em faísca.
É exceptuado ali um pífio incêndio sem o meu fogaréu
e nele a totalidade supõe que a vida sem fogos não é.
Ali está o mundo em que supomos grande desabitação:
ah! E aquela angústia farofa de ser tudo que não se é.
Ali mora um deus profano e todo e qualquer náufrago:
Em desórbita... recitando um brevíssimo ADEUS.


Um comentário:

noelle falchi disse...

"...a totalidade supõe que a vida sem fogos não é."

queria ter escrito isso.
MARAVILHOSO.