20.3.10

Homem depois.

A nova cidade que inaugaram em meu peito
vestia de casinhas ruidosas e de múltiplas mocinhas,
minha garagem lotava de boa praça e irmandade
e morria na estatura de um anão coqueiro


mas meu céu ilumina e paira homens a parte
quando lutam pelas doses destas negras vinhas
eu sou metido a cascudo etéreo, nordeste e ferreiro
mas manuseio máquina de pensar e fluir
nas asas desse rio sem ecotipo literado


na minha taça podia-se beber qualquer um
menos um famoso careta e descalço,
sempre exigi que tivessem peito aberto
e as armas correndo pelos narizes de oxum


e nessa calçada, nessa branca toda fardada,
encontrei a peça que liga meu íntimo falecer
à única condição de estar vivíssimo:
a minha bela e má conduta.

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