6.7.09

Pedaço de meu céu.

O mundo dos outros morre de mágoas,
de tristeza inventada, de mórbido resfriado.
Os meus dedos, na calada das tuas nalgas,
Fabricam a trilha em Ré, trágico-combinado.

Enquanto aqui encarno a boa e assustadora
Aparência de mouro, louco, socialista camuflado,
Dentista desdentado ou balconista e professora,
De todas relíquias transformistas, meu falho ato.

E a antiga manobra brasileira, criei em setenta e três,
Ainda que me esqueceram a autoria, aqui estou eu
Entre a beira de um nada grandioso, meu ex-freguês,
Sentado à púrpura dos famintos globos, medo meu
Da identidade criminosa humana ácida; antiga farra.

Nenhum comentário: